Tecnologias digitais e Sustentabilidade para Melhores Experiências no Turismo Urbano

Foram 14 os pontos que saíram da reunião “Mayors Forum on Tourism and the Future of Cities”, organizada pela Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas (OMT), Governo de Portugal, Turismo de Portugal (TP) e pela Câmara Municipal do Porto (CMP) e que marcam a agenda para o futuro, com o objetivo de garantir o regresso do turismo pós-pandemia com melhores condições e mais sustentável, que garanta vantagens para os turistas e para os residentes das cidades.

No Centro de Congressos da Alfândega do Porto, debateu-se o turismo e o futuro das cidades, com o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, a afirmar que “as tecnologias digitais e os investimentos continuados em novas atrações vão permitir disponibilizar uma melhor experiência para milhões de pessoas que estão ansiosas por voltar a fazer turismo”.

O ministro destacou também a importância de aproveitar esta oportunidade para relançar o turismo urbano com um foco na sustentabilidade, na inovação e na inclusão.

“É tempo de refletir na importância da gestão do fluxo de turismo nas nossas cidades”, acrescentou Pedro Siza Vieira, corroborando a ideia-chave transmitida pelo secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, que salientou que “o regresso dos turistas às cidades um pouco por todo o mundo vai trazer mais do que apenas emprego e recuperação económica”.

Como anfitrião do fórum, o autarca do Porto, Rui Moreira, sublinhou que “as cidades devem saber como transformar-se, alterando o velho em novo, reabilitando e promovendo o património, material e imaterial, criando, simultaneamente, novos pólos de interesse para servir e acolher residentes e visitantes”.

Formado em abril de 2019, este Fórum oferece uma plataforma única para cidades e outros atores-chave para partilhar políticas e melhores práticas de turismo, trabalhando para promover o papel do turismo na agenda urbana e aproveitar o potencial do setor para fornecer oportunidades económicas e promover ligações culturais.

Durante o fórum, foi assinada uma declaração para o turismo e cidades que reafirma o compromisso de promover o crescimento do setor de um modo sustentável e responsável.

As cidades signatárias comprometem-se também a desenvolver a inovação e a utilizar cada vez mais a digitalização e dados para melhorar a experiência dos turistas e o impacto do setor nos residentes. A declaração reconhece ainda a importância da criação de ligações entre as cidades e as áreas rurais envolventes para que os benefícios do turismo possam ser transversais.

Nos 14 pontos pode ler-se o compromisso deixado pelo fórum em:

  1. Promover a inclusão do turismo sustentável na agenda das cidades para a recuperação como um impulsionador do emprego e criação de riqueza, intercâmbio intercultural, inclusão social e preservação cultural;

  2. Garantir que as políticas de turismo urbano estejam alinhadas com a Nova Agenda Urbana e a Agenda 2030, nomeadamente, no que concerne o Objetivo 11 sobre “Tornar as cidades e os aglomerados humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”, tornando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (Sustainable Development Goals, em inglês) a estrutura para integrar residentes, empresas e visitantes num desenvolvimento urbano sustentável contínuo;

  3. Estabelecer modelos de governação que garantam a plena integração e alinhamento do turismo com a política urbana mais ampla para o desenvolvimento sustentável inclusivo que se compromete com os princípios de não deixar ninguém nem nenhum lugar para trás e para a prevenção de crescentes desigualdades espaciais;

  4. Promover mecanismos de colaboração e parceria estratégica entre todas as partes interessadas relevantes, incluindo autoridades nacionais, regionais e municipais, setor privado, comunidades locais e visitantes; encorajando a discussão local, utilizando plataformas para residentes, grupos de trabalho e ecossistemas empreendedores locais para aumentar a integração das comunidades locais e no planeamento turismo urbano e cadeia de valor;

  5. Incentivar a coordenação entre os governos nacionais e municipais para gerir melhor o turismo urbano, especialmente nas questões relacionadas com a habitação, a salvaguarda do pequeno e comércio tradicional e fluxo de gestão;

  6. Destacar a importância da educação, da formação e do avanço de skills no setor do turismo para melhorar o desenvolvimento socioeconómico das comunidades e criar uma força de trabalho altamente qualificada que sustenta a competitividade do setor, potencializa e protege empregos no setor do turismo;

  7. Promover a integração e o partilha de big data e desenvolvimentos tecnológicos na governação das áreas urbanas, melhorar a recolha e gestão de dados relevantes e maior acesso e uso da infraestrutura digital, de modo a melhorar a reconstrução para os cidadãos e visitantes por meio da recuperação do turismo urbano, tomando decisões baseadas em evidências sobre a capacidade de carga, mobilidade, diversificação, conservação de recursos naturais e culturais e atitudes dos residentes em relação ao turismo;

  8. Investir em transportes sustentáveis e infraestrutura de comunicações para melhorar a mobilidade e conectividade de maneira a priorizar a segurança, igualdade social e acessibilidade, minimizando impactos ambientais para as gerações futuras;

  9. Promover produtos e experiências turísticas inovadoras e maximizar o uso de ferramentas digitais e plataformas para diversificar a procura no tempo e no espaço, incentivar estadias mais longas, promover viagens e atrair o perfil do visitante que se encaixa na visão e estratégia da cidade para um futuro sustentável;

  10. Construir pontes entre as cidades e suas áreas rurais para enfrentar, em conjunto, os desafios encarados pela comunidade do turismo e explorar as sinergias da cooperação urbano-rural;

  11. Fomentar práticas sustentáveis que promovam o uso mais eficiente dos recursos e a redução de emissões e resíduos no âmbito da economia circular;

  12. Encorajar todos os atores na governação multinível e todas as partes interessadas relevantes envolvidas no setor de turismo de todo o mundo para se juntar a um esforço comum para desenvolver o turismo e cidades para todos – residentes e visitantes;

  13. Acelerar a dupla transformação de cidades em destinos urbanos mais verdes e digitais e, portanto, mais resilientes para enfrentar quaisquer interrupções e crises futuras e implementar o conceito de destinos de turismo urbano, integrando os cinco pilares de um “destino inteligente” – governação, inovação, tecnologia, acessibilidade e sustentabilidade – nas políticas e estratégias; e

  14. Com a finalidade de promover o acima exposto, desenvolver, com a Organização Mundial do Turismo (OMT) e outras partes interessadas relevantes, uma Liga das Cidades para o Turismo Urbano Sustentável.

 

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